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O homem é o mais social de todos os seres vivos. Mais do que as abelhas e todos os animais que vivem agrupados. Porém, o homem é o mais frágil e o mais dependente de todos os seres vivos. O homem não é como o peixe que nasce sabendo nadar, ou como o tigre que nasce já caminhando, sem temer a floresta.
O ser humano para se desenvolver necessita da ajuda dos pais, familiares, professores, e dos mais velhos. A vida social da criança começa a partir de sua própria concepção. Não é novidade sobre os laços profundos que nutre com a mãe desde sua vida interuterina. Depois que nasce continua precisando desse contato físico permanente para se identificar como uma pessoa independente.
Mesmo simbólico, é a partir desse vínculo social que ela se desenvolverá e sobreviverá graças a ligação biológica com sua mãe. A presença da figura materna é tão importante, que a privação desses cuidados maternos, retarda o desenvolvimento infantil, física, intelectual e socialmente, somatizando sintomas de doenças mentais e físicas.
Em 1946, estudos mostraram que bebês órfãos dos pais morreram nas instituições onde foram colocados no primeiro ano de vida. A partir daí se apressou o uso de lares substitutos em lugar de instituições e a precocidade das adoções.
A chamada síndrome da orfandade, causa prejuízos físicos, intelectuais e emocionais, interligados. Vejamos como se manifesta: pelo abandono ou morte da mãe (orfandade física); pela incapacidade de atender seus filhos (orfandade emocional); pela rejeição à seus filhos (orfandade espiritual). A presença da figura da mãe é tão indispensável para formação emocional da criança que é nessa ausência que se criam as raízes do desajuste infantil, cujo fruto será um adulto desajustado também.
A convivência familiar é um direito natural, que não é apenas um direito legal, mas de uma necessidade vital. A criança órfã precisa de cuidados, carinho, compreensão e orientação tudo isso dentro de um lar responsável, para se desenvolver plenamente.
Assim protegida, ela vai apreender a se proteger e se tornar uma pessoa equilibrada. Uma instituição, por mais positiva e cuidadosa que seja, jamais substituirá a segurança e afeto da família natural ou adotiva, na formação de criança. A experiência ensina e a ciência confirma que os órfãos institucionalizados são crianças deprimidas, angustiadas, de futuro incerto, enfim emocionalmente inseguras.
Defender o direito da criança órfã de crescer no meio de uma família, natural ou substituta, deve ser prioridade absoluta dos Juizados da Infância e da Juventude, em qualquer lugar do mundo.