Saber News
Por muitos anos, diversos foram os nomes dados para estas pessoas com necessidades especiais...Retardados mentais, excepcionais, surdos-mudos, aleijados e outros mais.
Que são eles na verdade?
Ora, são pessoas portadoras de necessidades especiais como por exemplo: educacionais, comunicativas, de acessibilidade e de adaptação social.
Em nosso país alguns ainda pensam ser as próprias pessoas deficientes a causa para a sua segregação e exclusão. E tudo isso requer mudanças urgentes. Uma maior conscientização por parte de todo sobre a realidade das pessoas portadoras de deficiência. Para tanto, necessário é que as pessoas públicas e responsáveis pelo bem estar de todos os cidadãos tomem providências para que se façam campanhas de esclarecimentos, planeje-se em cada local um estudo das carências estruturais, físicas e possíveis adequações, propiciando assim identificar o que é realmente preciso ser feito em cada comunidade. Como também que a população se engaje nesta luta, faça sugestões, cobre, vigie, participe!
Inclusão.
Palavra que circula em todos os meios de comunicação, nacionais e internacionais, nos dias atuais. A mídia trata o tema inclusão, como se fosse fato já consumado, como se todos os direitos das pessoas estivessem realmente assegurados. A realidade é que, sabemos que muito ainda precisa ser feito para que efetivamente as pessoas com necessidades especiais possam usufruir desses direitos.
Consta no Estatuto da Criança e Adolescente, no seu capitulo V, artigo 58, da educação especial: Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial.
O artigo 59 traz que: Professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores capacitados para a integração desses educandos nas classes regulares.
Já na realidade, não é este o quadro que encontramos, na maioria das escolas normais pertencentes a rede publica, com exceção aos centros educacionais especializados. A grande maioria das escolas ainda está implantando rampas de acesso e sanitários adequados. Com a dificuldade de acesso, difícil fica ao novo aluno a sua real inclusão. Faltam meios para que ele possa interagir e efetivamente participar dessa comunidade.
Se este aluno especial for usuário de cadeira de rodas, terá com certeza seu acesso a escola dificultado. Sorte se o tiver até sala de aula. Com mais sorte, talvez a escola possua banheiro adaptado. Do contrario, proibido satisfazer necessidades físicas! Mais fácil que tenha acesso ao espaço de recreação dos alunos, isso se estes estiverem preparados para conviver com as diferenças.
As escolas publicas fazem a inclusão da criança nas salas de aulas ditas normais, sem possuírem professores adequados a nova realidade, ou mesmo especializados, no trato da necessidade do novo aluno, sem que estejam preparados para ensinar ao mesmo tempo crianças pelo método normal e as recém chegadas que precisam de um ensino com metodologia especial. Aos alunos ditos e tidos normais, falta paciência, porque lhes falta a real compreensão, para com os novos colegas.
Acabam assim, em sua maioria, sem o apoio necessário ao pleno desenvolvimento das suas capacidades. Direito este garantido na constituição federal. E ainda assim, muitos, mesmo enfrentando todas estas dificuldades, completam seus estudos!
E este é um problema que atinge de uma forma direta ou indireta a toda população. Ou você pensa que nunca seu filho, ou você mesmo, será colega de alguém portador de necessidade especial?
Por este e outros tantos motivos que se faz urgente a inclusão da pessoa especial no Brasil. Com certeza não será de um dia para o outro que se instalará por decreto ou por direito esta inclusão, mas ela tem de ser iniciada. Efetivamente, gradativamente e coletivamente.
Isso se quisermos ter um país no mínimo mais humano e justo, compromissado com a educação e com a cultura de seu povo.
Com seu próprio futuro.
Este poema é baseado em um poema anônimo que circula na net e em algumas salas de aulas.
Deficiente! Quem?
Quando não conseguimos enxergar a pessoa
E somente vemos ali a deficiência!
Fica a pergunta: quem é o cego na verdade?
Se não distinguimos o grito de socorro
Das pessoas para que se faça justiça,
Quem será o deficiente auditivo?
E se nossa comunicação com o resto do mundo
É nula e nos mantemos sempre distantes de todos.
Quem então é o autista?
Se a mentalidade capitalista ignora o ser humano
E nosso coração não consegue entender o próximo,
De quem é a deficiência mental?
Se com nossa lógica e razão não nos levantamos
Para garantir o direito de nossos irmãos,
Persiste a pergunta: Então, quem é o deficiente físico?
©Luís Carlos Mordegane