Trabalhadores da Produman Engenharia, empresa que presta serviços à Petrobras, permanecem com as atividades paralisadas na área de construção civil em canteiro instalado no município de Carmópolis, a 47 km da capital, Aracaju. A categoria reclama da péssima qualidade da alimentação servida no canteiro de obras e denuncia que está consumindo alimentos estragados e sem nutrientes.

Foto ilustrativa (Foto: Arquivo Portal Infonet)

As atividades foram paralisadas na quinta-feira, 17, e, na manhã desta sexta-feira, 18, os trabalhadores realizaram assembleia geral no canteiro de obras e optaram pela manutenção do movimento grevista. Após a assembleia geral, os trabalhadores decidiram se retirar do canteiro de obras devido às coações que teriam recebido da direção da empresa, segundo informou o sindicalista Gildo Francisco Pereira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Petroleiros nos Estados de Sergipe e Alagoas (Sindipetro/SEAL).

Segundo o sindicalista, além da alimentação estragada e de péssima qualidade, os trabalhadores reclamam de constante assédio moral no canteiro de obras, ausência de cesta básica, descumprimento de acordo coletivo que estabelece 9% de reajuste salarial, falta de equipamentos de proteção individual, demissões sem motivação para atender a interesses políticos e punição indevida àqueles que se recusam a trabalhar sem a devida segurança.

Segundo o diretor do Sindipetro/SEAL, há flagrante descumprimento de acordo coletivo de trabalho quando a empresa terceirizada deixa de aplicar os 9% de reajuste salarial àqueles que possuem tempo de serviço interior a um ano de trabalho. "A empresa está aplicando o reajuste, levando em consideração a proporcionalidade quando o aumento de salário é irrestrito, não deve ser considerado o tempo de serviço", diz o sindicalista.

Os trabalhadores se retiraram do canteiro de obras e prometem procurar a intermediação do Ministério Público do Trabalho (MPT). Eles retomam ao canteiro de obras na próxima segunda-feira, 21, para aguardar uma resposta do MPT.
O dirigente sindical informa que a Petrobras silencia diante das irregularidades denunciadas pelos trabalhadores.

Produman Engenharia

A Produman Engenharia informou por meio de nota que "para estabelecer e orientar as relações de trabalho e sindical com seus empregados firmou com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil no Estado de Sergipe (SINTRACOM-SE) um acordo coletivo de trabalho".

A empresa afirma que no dia 17 de maio deste ano "foi surpreendida com a manifestação extemporânea de um pequeno grupo de trabalhadores insatisfeitos com a composição dos itens do café da manhã, promovendo a incitação dos demais empregados objetivando estabelecer um movimento paredista" e que em uma nova manifestação ocorrida no dia 18 de maio "esse pequeno grupo, promoveu desqualificar os Dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores do SINTRACON-SE como representação legal para realizar os entendimentos necessários em relação à aplicação das Cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho, cooptando todos se filiar a representação sindical do SINTEPAV-SE".

A empresa alega que "ao longo de mais de 15 anos de operação sempre buscou o canal do dialogo e entendimento em todos os campos de atuação, principalmente nas relações de trabalho. Entretanto, não se furtará dos meios e instrumentos legais disponíveis para manter a continuidade operacional do seu empreendimento, visando atender os seus contratos. E diz contar com o apoio e o discernimento de todos para o "restabelecimento e a normalidade das condições de trabalho, evitando prejuízos desnecessários para as partes envolvidas".

Fonte: http://www.infonet.com.br/cidade//ler.asp?id=128367