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Como o Estresse é Gerado e Quais as Consequências
Como o Estresse é Gerado e Quais as Consequências

Somos basicamente produtos de nossa história pessoal, consciente ou não, e da história humana coletiva, percebendo o que se passsa ou não.

E também resultado do funcionamento de nosso cérebro. Ele pode dar origem, ou então modular, todo seu modo de sentir, pensar e agir. Seu cérebro funciona fundamentalmente (a) equilibrando as funções básicas do organismo (como quantidade de alimento ou água ingerida, temperatura corporal, equilíbrio dos movimentos, etc) e também (b) interpretando o mundo ao redor, com o objetivo de (c) gerar ações eficazes, úteis ao organismo.

A interpretação do mundo pelo cérebro, a análise do que se passa no ambiente, caminha em duas grandes direções. A primeira direção é buscar tudo aquilo que de algum modo seja favorável, "bom”, agradável, que satisfaça alguma necessidade. E a segunda direção é evitar tudo aquilo que de algum modo seja "ruim”, ameaçador, desagradável, que dificulte ou impeça alguma necessidade.

Sempre que nos encontramos em situação "ruim”, desagradável, nosso cérebro nos "informa” através de uma emoção, por exemplo, irritação, ansiedade, tristeza ou medo. E sempre que nos encontramos em situação "boa”, agradável, nosso cérebro nos "informa” através de outros tipos de emoção, como alegria, contentamento ou prazer.

A partir daí, sempre que possível, agimos. Evitamos situações que gerem emoções desagradáveis, e nos aproximamos de situações que gerem emoções agradáveis. Essa capacidade se manifesta tanto para situações no presente imediato quanto para situações que conseguimos antever no futuro. Ao pensar ou imaginar uma situação que ainda não ocorreu, antecipamos o como provavelmente iremos nos sentir, e com base nessa antecipação de sensação agradável ou desprazeirosa, decidimos o que fazer.

Se conseguirmos antecipar sentimentos agradáveis, nossa tendência será a de aceitar e a nos aproximar dessas situações. Se, por outro lado, anteciparmos sentimentos desagradáveis, nossa tendência será a de nos afastar dessas situações.

A conclusão é que a interpretação do que é "bom” ou "ruim” influencia de modo definitivo nossas preferências, escolhas e ações. 

O Estresse e a interpretação do cérebro

O modo como o seu cérebro recebe a informação de que algo é "bom” ou "ruim” é gerado por alguma reação do corpo e tem por objetivo ensinar algo. Se você, por exemplo, se aproximar muito de uma vela acesa, poderá queimar sua pele. Antes mesmo que a sensação de dor seja formada, seu sistema nervoso periférico irá, por reflexo, retirar seu braço. Na sequência, você irá sentir dor. O objetivo dessa sensação desagradável de dor é fazer você entender que colocar o braço numa chama é "ruim”.

Pode parecer um mecanismo um pouco tolo à primeira vista, mas lembre-se que crianças simplesmente não sabem o perigo de uma vela acesa, até sentirem dor.

 

Algumas informações sobre o que é "bom”, ou "ruim” já fazem parte do sistema cerebral desde o nascimento, são o que chamamos de memória fisiológica, enquanto outras temos que aprender. Por exemplo, uma em cada dez pessoas tem pavor de aranhas, mesmo sem nunca terem sido picadas, e as outras nove pessoas, mesmo sem pavor, evitam aranhas. O motivo é que já nascemos com a informação de que aranhas são perigosas. Não precisamos (como no caso do fogo) aprender nada.

Compartilhamos esse tipo de situação com outros animais. Por exemplo, cavalos têm pavor de cobras, mesmo sem terem sido picados, até mesmo diante de uma mangueira de borracha, reagem com pânico.

 
 

Portanto, para que tudo ocorra bem, seu cérebro deve interpretar corretamente o ambiente que nos cerca, e também gerar ações compatíveis com essa interpretação. E é ai que começam os problemas.

A interpretação do meio ambiente, do mundo que nos cerca, foi em grande parte formatada pelas experiências de nossos ancestrais. Nossos antepassados foram capazes de enfrentar com sucesso obstáculos e desafios consideráveis, como sobreviver à escassez de alimentos, temperaturas extremas, animais predadores e assim por diante. 

O resultado é que nascemos com vários sistemas literalmente primitivos, nos impulsionando a buscar o que é "bom”, afastar o "ruim”, e afastar muito mais o que é "ruim” e também "perigoso”, isso tudo baseado nas experiências e desafios de nossos antepassados.

Algumas reações são adequadas e úteis ainda hoje. Se você ouvir um barulho de pneu guinchando enquanto atravessa a rua, irá dar um pulo. 

Não vai ficar pensando "bom, deve estar vindo um veículo em alta velocidade, talvez seja conveniente apressar o passo...”.

Essa reação é possível porque possuímos um sistema de alarme que gera uma reação de emergência genérica. Essa reação foi absolutamente adequada para praticamente todos os tipos de desafios que os nossos ancestrais enfrentaram, já que essas dificuldades eram de natureza física.

O problema é que a maioria dos problemas que enfrentamos não é de danos à nossa integridade física, mas sim de natureza mais sutil, como a ameaça à nossa autonomia, realização, determinação, liberdade, sistema de valores ou bem estar. Tanto faz um animal predador rondando um acampamento, enfrentar um chefe ou consumidor hostil, a reação é a mesma. A interpretação é a de que as situações enfrentadas alem de serem "ruins”, são também perigosas. E o alarme dispara.  

 

Por outro lado, não são apenas as situações de vida que podem disparar esse alarme. Várias perturbações no funcionamento do organismo são capazes de literalmente desregular esse sistema de alarme.

O resultado final, a soma entre a química do organismo comprometida e as situações de vida que encaramos, é que o sistema de alarme dispara de modo inadequado. E o estresse se acumula de modo progressivo. 

O estresse vai numa progressão. Num primeiro momento, ocorre a liberação de adrenalina. O objetivo dessa inundação hormonal é preparar o organismo para movimentar-se rapidamente. Ao contrário das plantas, que se protegem de predadores liberando substâncias tóxicas, todos os animais ou atacam ou batem velozmente em retirada diante de um perigo. É a adrenalina que possibilita ao organismo ter a energia necessária para tanto.

Mas o fenômeno não para por ai. Quando a pressão é continuada, o que é comum em nossa época, um segundo hormônio – o cortisol ou hidrocortisona – é liberado em quantidades altíssimas. E, mais uma vez, sofremos as consequências de possuirmos um corpo formatado para as necessidades de nossos antepassados diferentes das que enfrentamos hoje em dia. 

Nossos ancestrais enfrentavam basicamente dois grandes desafios de longa duração: a escassez de alimentos e o risco de ferimentos corporais.

A liberação de cortisol atende plenamente a esse tipo de necessidade. Esse hormônio basicamente ajuda a combater a dor e a inflamação dos ferimentos. E também comunica ao cérebro que "a situação está difícil, é melhor armazenar comida”, o que é feito com o acúmulo de gordura, especialmente na região do abdômen. Agora você compreende melhor o motivo da epidemia mundial de obesidade. O acúmulo de gordura não é ocasionado exclusivamente pelo estresse, mas sua participação é decisiva. 

Não enfrentamos mais a falta de alimentos, e nem nos ferimos a torto e a direito em embates selvagens. Mas seu corpo não sabe disso, e continua liberando cortisol. Com o tempo esse mecanismo também vai dando sinais de desgaste, literalmente desregulando, tanto para o lado do excesso quanto para uma redução.

O funcionamento inadequado do cortisol já está comprovadamente relacionado a uma série de doenças. Veja na tabela abaixo alguns exemplos.

 

Lista (parcial) de doenças relacionadas à produção inadequada de cortisol

  • Alergias

  • Ansiedade generalizada

  • Artrite reumatóide 

  • Transtorno de pânico

  • Queda da imunidade (infecções constantes) 

  • Depressão sazonal (periódica)

  • Asma Bronquite

  • Contração muscular crônica,

  • Cefaléia tensional 

  • Eczemas,

  • Psoríase,

  • Urticária,

  • Acne

  • Enxaqueca 

  • Gastrite

  • Doença gastrointestinal funcional 

  • Síndrome de fadiga crônica

  • Doença coronariana (infarto e angina) 

  • Arteriosclerose

  • Hipotensão ou hipertensão arterial 

  • Obesidade

  • Hipertiroidismo

  • Hipotiroidismo

  • Hipoglicemia 

  • Certas formas (não todas) de câncer

  • Dificuldade com memória 

  • Sono de má qualidade, não reparador      

  • Fonte:http://johnbrito.webnode.com/news/como-o-estresse-e-gerado-e-quais-as-consequ%c3%aancias/


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